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Prefeito Ranulfo da Silva Gomes (PSD) é acusado de desviar R$ 20 milhões

A Controladoria Geral da União na Bahia (CGU-BA) e a Polícia Federal (PF-BA) irão apurar a participação de familiares do prefeito do município de Cansanção, Ranulfo da Silva Gomes (PSD), investigado por desviar mais de R$ 20 milhões dos cofres da prefeitura através de oito empresas.

Hoje pela manhã, a PF e a CGU deflagraram a operação “Making Of”, que cumpriu 20 mandados de busca e apreensão, sendo dois deles em Feira de Santana, um em Senhor do Bonfim, um em Monte Santo e 17 em Cansanção, incluindo a prefeitura do município.

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Familiares do prefeito de Cansanção serão investigados por envolvimento em fraude de licitações

Segundo Ronaldo Machado, chefe adjunto da CGU-BA, a esposa do prefeito, então secretária de saúde do município, uma cunhada e um sobrinho de Ranulfo serão investigados na próxima fase da operação, que consistirá na análise dos documentos apreendidos e no interrogatório dos suspeitos. Além deles, a PF e a CGU também irão investigar a participação de outras pessoas no esquema.

“Na próxima fase da operação, vamos identificar os agentes públicos envolvidos no esquema. Em princípio, o que sabemos é que ele (prefeito) coordenava o esquema, através de procurações das empresas. Uma dessas empresas era do sobrinho. A esposa dele, como secretária de saúde, atestava notas fiscais, autorizava pagamento de contratos superfaturados”, explicou Machado.

Funcionamento
Ainda de acordo com Machado, para desviar o dinheiro, o prefeito fraudava licitações visando direcionar a contratação de serviços e aquisição de materiais. As empresas vencedoras eram registradas em nomes de laranjas, mas o prefeito possuía procurações que permitiam a ele administrá-las.

Após efetuada as contratações nas empresas – que não tinham concorrência no processo licitatório – os valores das negociações eram superfaturados ou os serviços não eram prestados. Entre os principais contratos estão os de fornecimento de combustíveis, locação de veículos, reformas e obras.

“Agora, iremos apurar há quanto tempo o esquema funciona. Recebemos a denúncia no ano de 2013 e desde então passamos a investigar, inclusive fazendo fiscalizações no próprio município. Mas sabemos que o prefeito está no cargo desde 2010, porque houve uma votação complementar em Cansanção naquele ano. Em 2012, ele foi eleito novamente”, disse Machado.

Procurado pelo CORREIO, o prefeito de Cansanção não atendeu às ligações. A reportagem também tentou entrou em contato com a Prefeitura do Município, mas o prefeito não foi localizado. A procuradora Raquel Branquinho, da Procuradoria Regional da República da 1ª Região (PRR1), também já está analisando o caso. Após análise da documentação apreendida, a PF analisará a necessidade de pedidos de prisão.

Correio da Bahia

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